É uma doença
autoimune que por hiperativação imunológica cursa com ataque contra a mielina
do SNC por conta da ativação de leucócitos presentes no LCR ou devido a um
distúrbio da seletividade da barreira hematoencefálica (BHE), permitindo que
células de defesa reagentes contra mielina migrem para o cérebro e/ou medula.
No Brasil sabe-se que a prevalência em Botucatu-SP é de 17/100.000 e em Belo
Horizonte é de 18/100.000. As mulheres são duas vezes mais acometidas em relação
aos homens e é raro a incidência em crianças e adultos acima de 50 anos. Mulheres
no puerpério são 3 vezes mais acometidas em relação ao período gestacional, não
havendo relação com a anestesia raquimedular. Pessoas com pouca exposição ao
sol, quando a deficiência de vitamina D desorganiza o sistema imune e moradores
onde a condição climática de muita umidade favoreça o ao aparecimento de
infecções respiratórias também sofrem com maior propensão à esclerose múltipla
(EM). Tudo então converge com uma propensão genética, tendo associação positiva
o gene DQB1.
A
sensibilização contra a mielina no SNC pode vir de antes ou depois da BHE. De
dentro vem das células gliais, de fora advém quando estados imunes
hiper-reativos constroem citocinas que aderem à superfície da BHE. Com isso há
expressão de moléculas de adesão celular tais como ICAM, VICAM, antígeno tardio
tipo 4, L-selectina e P-selectina, permitindo o recrutamento de células de
defesa. Com o tempo essas células irão migrar para dentro do SNC onde serão sensibilizados
pelas citocinas contra mielina mantidas nesse espaço, promovendo destruição da
substância branca e seus sintomas.
Proteínas da
bainha de mielina e da membrana dos oligonendrócitos irão induzir secreção de
TNF-alfa e fator de crescimento transformador beta pelos astrócitos e pela
micróglia, que estimularão o ataque inicialmente por linfíócitos T CD4 e
posteriormente T CD8, nesse meio tempo com recrutamento de macrófagos a
continuar a lesão da bainha, formando placas de consistência mais endurecida em
relação à substância branca (esclerose). Com o passar do tempo novos antígenos
vão sendo apresentados pelas células dendríticas perpetuando a reação
inflamatória, como se vê nos casos mais incomuns e agressivos da EM. Na medida
em que os linfócitos vão agredindo as células da micróglia, este vai liberando
interleucina 12 e 23, que induz os linfócitos T a secretar interferon gama e
interleucina 17, com efeito de recrutamento de novos macrófagos para piorar o
quadro já instalado.
Enquanto a
mielina é destruída os canais de cálcio também são e isso induz entrada desse
íon na célula causando destruição mitocondrial e do citoesqueleto com
consequências fatais não só para o axônio, mas para o neurônio em si.
Os locais
mais acometidos são ao redor dos ventrículos laterais, no nervo e quiasma
óptico, no tronco cerebral, cerebelo e medula. As placas demonstram redução dos
oligodendrócitos e preservação parcial dos axônios. Com o passar do tempo o
infiltrado inflamatório vai diminuindo e as lesões regridem parcialmente, porém
a organização dos neurônios nunca mais será a mesma, assim como o número de
axônios vai diminuindo gradativamente.
SINTOMAS E DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Robins afirma
que o mais comum para sintoma inicial na forma
monossintomática é o comprometimento visual unilateral de evolução em alguns dias devido ao ataque ao nervo
óptico. O ACL diz afirma sobre a apresentação
polissintomática na maioria dos casos, iniciando com paresia de um ou mais membros em até
50% dos pacientes, seguido de parestesia em 45%, neurite óptica em 20% e marcha atáxica
em 15%. O acometimento
do tronco produz ataxia, nistagmo e oftalmoplegia, e da medula produz comprometimento motor e sensitivo dos membros
inferiores e superiores, além de espasticidade e perda do controle voluntário da
micção. A forma monossintomática inicial abarca 31% dos casos.
Existem diversas formas da doença, podendo ser progressiva ou não, mas sabe-se
que nas progressivas a apresentação de paraparesia surge
em quase totalidade dos casos, geralmente surgindo após exercício físico ou
aumento da temperatura corporal.
Mas antes de
entender as formas de EM é necessário definir o surto de esclerose, este sendo
o surgimento de sintomas subjetivos ou evidentes de duração mínima de 24 horas,
sem presença de febre ou mesmo aumento de temperatura corporal, e o contrário,
a remissão, deve ocorrer pela ausência de sintomas por ao menos um mês.
Os sintomas são assimétricos na maioria
das vezes porque a forma remitente recorrente é a mais frequente. Nas formas progressivas eles são simétricos e de início nos membros inferiores, podendo
haver comprometimento de esfíncteres.
Há aumento dos reflexos miotáticos e sinal de Babinsk, que quando presente
sinaliza lesão corticoespinal. A marcha
muda com a evolução: no início a claudicação
ocorre por perda de força muscular
nos membros inferiores após andar alguns
minutos, mas com a longa duração da
doença ocorre o contrário, espasticidade
provando a claudicação e fadiga.
As
manifestações sensitivas podem ocorrer em sintomas discretos ou dores intensas com duração de transitória até meses. Nas lesões cervicais os reflexos
miotáticos são abolidos e as dores,
quando ocorrem, são intensas e em faixa
na direção dos dermátomos. A perda
da sensação vibratória ocorre por agressão ao fascículo grácil, que
transmite essa sensação vinda dos MMII. Se a lesão quando ocorre no funículo posterior e é bilateral o
paciente apresenta sinal de Romberg e
marcha talonante. Lesões nessa área também causam movimentos involuntários
nos MMSS chamados de pseudoatetose, que se exacerbam durante um movimento de
oclusão ocular.
Os sintomas
decorrentes da lesão cerebelar são as
mais frequentes se considerado todo o curso da doença. Se ocorrerem nos
surtos iniciais significam mau prognóstico. Causa tremor nos membros inferiores, marcha
atáxica e disfunções da escrita e fala. Os distúrbios do aparelho visual podem ser motores e sensitivos. Os sensitivos
decorrem da neurite óptica, descrito adiante. A oftalmoplegia internuclear é quase
patognomônica da doença, manifestada quando o paciente realiza o
movimento ocular lateral ocorrendo paresia do reto medial do olho aduzido (o
olho acometido não vai para o canto externo) e nistagmo do olho abduzido.
Lesões no hipotálamo, tronco cerebral e
medula espinhal causam disfunção autonômica, podendo ocorrer síndrome de Horner, ou apenas a
hiperidrose ou sudorese unilateral, arritmias cardíacas, hipertermia, disfunção
sexual, perda do controle de esfíncteres e descontrole da secreção do ACTH. A urgência ou incontinência urinária é o
sintoma autonômico mais frequente, ocorrendo por disfunção do detrusor que
dificulta o enchimento da bexiga. O paciente então cursa com polaciúria.
Disfunção sexual também ocorre como perda da libido, disfunção erétil e
diminuição da lubrificação vaginal.
Por último a fadiga ocorre em até 80% dos indivíduos
independente do estado da doença, causando impacto na qualidade de vida muitas
vezes desproporcional às lesões existentes na substância branca.
Pronto! Esses
são os sintomas que ocorrem durante o surto, contudo a periodicidade dos surtos
e remissões possibilitam a classificação dos pacientes com EM:
remitente-recorrente, secundariamente progressiva, primariamente progressiva e
Progressiva recorrente.
1-
Remitente recorrente: é a forma usual de
apresentação. O paciente se recupera completamente após os primeiros surtos,
mas com a repetição do ataque aos axônios e à mielina a doença vai se tornando
cada vez mais evidente e de recuperação cada vez menos satisfatória. Lembre-se
a degeneração do axônio não tem reversão.
2-
Secundariamente progressiva: após 5 a 10 anos do
início da doença remitente recorrente os surtos vão ficando cada vez mais
sustentados até que se tornam a própria apresentação da doença, havendo
comprometimento de hemisfério ou medular. Aqui há períodos de manutenção do
quadro ou leve melhora. O limite para essa forma é de difícil caracterização.
3-
Primariamente progressiva: essa forma é menos
frequente e de início mais tardio, geralmente após os 40 anos, sendo
apresentada como ausente de surtos. Pelo contrário, o paciente apresenta sinais
e sintomas lentamente progressivos, sem remissão desde o início.
4-
Progressiva recorrente: essa forma é progressiva
desde o início, mas com períodos de exacerbação dos sintomas. Esses surtos surgem
a partir de sintomas já instalados e quando melhoram voltam para o patamar de
onde estavam, não havendo ausência de sintomas.
Por conta da dificuldade no diagnóstico diferencial segue os critérios
de Schumacher para o diagnóstico:
·
Idade entre 10 e 50 anos;
·
Imagens positivas em placas na substância
branca;
·
Lesões que se disseminam com o passar dos
surtos;
·
Surtos com duração mínima de 24 horas, e
remissão com intervalos mínimos de 30 dias;
·
Quadros progressivos dentro de seis meses;
·
Ausência de melhor explicação, assim como
avaliação por neurologista clínico e rotina básica de exames.
EXAMES DE
IMAGEM
Ressonância
magnética: placas bem visualizadas nas proximidades dos ventrículos ou no corpo
caloso denominados de dedos de Dawson. Na espectroscopia de prótons, que é uma
RM direcionada a uma área específica a qual se pretende estudar pode encontrar
diminuição do N-acetil aspartato e aumento do mioinositol e colina nas fases
agudas.
Na análise do
LCR encontra-se proteinoraquia por aumento de albumina, e obviamente ocorre
aumento de leucócitos em especial linfócitos T.
DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL
Encefalomielite
aguda disseminada: é desmielinizante, causada por vírus e bactérias. Vírus da
hepatite, HIV, herpes vírus, caxumba, rubéola, do dengue e enterovírus.
Bactérias são a legyonella, chlamydia e listeria monocitogenes, além das
vacinas para hepatite B e SRC. Essa doença causa um único sintoma de
intensidade variável. Geralmente dor de cabeça, confusão mental ou distúrbios
de consciência, precedidos em 1 a 4 semanas de um quadro febril.
Neuromielite
ópitica faz o cometimento transverso de extensão maior que três vertebras e não
há comprometimento do encéfalo. Há pleocitose e proteinorraquia. Na ausência
das bandas oligoclonais há aumento expressivo de eosinófilos. A diferença na
apresentação dessa doença é que não há agravamento dos surtos ao longo do tempo
e sua apresentação é súbita. Mesmo assim o que preocupa é o reaparecimento de
novos sintomas e não exacerbação dos já existentes. O pior perigo é o
comprometimento respiratório. Ocorre nos paciente recidivantes, geralmente após
5 anos do início da doença.
TRATAMENTO
O tratamento
dos surtos atualmente é feito à base de glicocorticoides: metilprednisolona,
predinisona e daxametasona. Muitos serviços dão preferencia à pulsoterapia com
metilpredinisolona (1 grama) com infusão EV por 2 horas por 3 a 5 dias, seguida
de predinisona 1 mg/Kg/ dia por 14 dias. Metade dos pacientes não respondem bem
ao tratamento quando cursam com surto grave. Nesse caso a segunda linha de
tratamento é a plasmaférese, a imunoglobulina ou imunossupressores.Para surtos
sensitivos leves apenas a dexametasona dá conta do recado na dose de 16 mg/Kg
por dia por 5 dias.
O tratamento da forma remitente recorrente ou
secundariamente progressiva é preferencialmente realizado com imunomoduladores.
O interferon beta 1a ou 1b são a primeira escolha ao lado do acetato de
glatirâmer, lembrando que paciente em idade fértil deve usar anticontraceptivos
sistemáticos e caso ocorra gravidez a medicação deve ser suspensa. O tratamento
é realizado por prazo indeterminado.
Nenhuma droga
se mostrou eficaz no tratamento da forma primariamente progressiva. Nas formas
agressivas a escolha é pelo mitoxantrone. Outros imunomoduldores, tais como a
ciclofosfamida e claridina não parecem ter benefícios para EM e a ciclosporina
é contraindicada. Alguns pacientes demonstram remissão dos surtos ao uso de
azatioprina.
A
imunoglobulina e a plasmaférese, ao contrário da miastenia gravis, que também
tem caráter autoimune, não possui eficácia significativa aqui.
REFERÊNCIAS
Clínica médica:
doenças dos olhos, doenças dos ouvidos, nariz e garganta, neurologia,
transtornos mentais. v. 6. Barueri, SP: Manole, 2009.
COTRAN, R.S; Kumar V; COLLINS, T. Robbins. Bases Patológicas das Doenças: Patologia.
ed. 7. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
LOPES, Antônio Carlos. Tratado
de Clínica Médica. 2. ed. São Paulo: Rocca, 2009.
Um comentário:
COMO EU ME CUREI DO VÍRUS DE HERPES.
Olá pessoal, estou aqui para dar meu testemunho sobre um herbalista chamado Dr. imoloa. Eu estava infectado com o vírus herpes simplex 2 em 2013, fui a muitos hospitais para curar, mas não havia solução, então estava pensando em como conseguir uma solução para que meu corpo possa ficar bem. um dia, eu estava na piscina, navegando e pensando onde conseguir uma solução. Eu passo por muitos sites onde vi tantos testemunhos sobre o Dr. Imoloa sobre como ele os curou. eu não acreditava, mas decidi experimentá-lo, entrei em contato com ele e ele preparou o herpes para mim, que recebi através do serviço de correio da DHL. tomei por duas semanas depois, em seguida, ele me instruiu a ir para o check-up, após o teste, foi confirmado herpes negativo. sou tão livre e feliz. portanto, se você tiver algum problema ou estiver infectado com alguma doença, entre em contato com ele pelo e-mail drimolaherbalmademedicine@gmail.com. ou / whatssapp - + 2347081986098.
Esse testemunho serve como expressão de minha gratidão. ele também tem
cura à base de plantas para, FEBRE, DOR CORPORAL, DIARRÉIA, ÚLCERA DA BOCA, FATIGUE DE CÂNCER DE BOCA, DORES MUSCULARES, LÚPUS, CÂNCER DE PELE, CÂNCER DE PÊNIS, CÂNCER DE MAMA, CÂNCER DE PÂNICO, DOENÇA RENAL, CANCRO VAGINAL, CANCER VAGINAL, CANCRO DOENÇA DE POLIO, DOENÇA DE PARKINSON, DOENÇA DE ALZHEIMER, DOENÇA DE BULÍMIA, DOENÇA INFLAMATÓRIA DE DOENÇAS FIBROSE CÍSTICA, ESQUIZOFRENIA, ÚLCERA CORNEAL, EPILEPSIA, ESPETO DE ÁLCOOL FETAL, LICHEN, PLANTIA, CLÍNICA DE SAÚDE / AIDS, DOENÇA RESPIRATÓRIA CRÔNICA, DOENÇA CARDIOVASCULAR, NEOPLASIAS, TRANSTORNO MENTAL E COMPORTAMENTAL, CLAMÍDIA, VÍRUS ZIKA, ENFISEMA, TUBERCULOSE, BAIXO CONTAGEM ESPÉCIE, ENZIMA, INFORMÁTICA, BARRIGA, DISTRIBUIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO EREÇÃO, ALARGAMENTO DO PÊNIS. E ASSIM POR DIANTE.
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